terça-feira, 29 de março de 2011

MITOCONDIAS CIENCIAS

Mitocôndria é um dos organelos celulares mais importantes, sendo extremamente relevante para respiração celular. É abastecida pela célula que a hospeda por substâncias orgânicas como oxigênio e glicose, as quais processa e converte em energia sob a forma de ATP, que devolve para a célula hospedeira. Sendo energia química que pode ser, e é, usada em reações bioquímicas que necessitem de dispêndio de energia. A mitocôndria está presente em grande quantidade nas células: do sistema nervoso (na extremidade dos axônios), do coração e do sistema muscular, uma vez que estas apresentam uma necessidade maior de energia. A palavra mitocôndria vem do Grego μίτος ou mitos, fio/linha + χονδρίον ou chondrion, grânulo. A mitocôndria está presente na maioria dos eucariontes, excepto num grupo de protistas chamado Archezoa, apesar da análise genômica destes organismos indicar que podem ter perdido as mitocôndrias ao longo da evolução. A principal evidência disto é o facto de alguns genes codificadores de proteínas mitocondriais terem sido encontrados no genoma nuclear destes protistas (Bui & Bradley, 1996). Foi descrita por Altmann, em 1894 (que as denominou "bioblastos"), sugerindo a sua relação com a oxidação celular. O seu número varia entre as células, sendo proporcional à atividade metabólica de cada uma, indo de quinhentas a mil ou até dez mil dessas estruturas por célula. Esta apresenta duas membranas fosfolipídicas, uma externa lisa e outra interna que se dobra formando vilosidades, chamadas cristas. A região limitada pela membrana interna é conhecida como matriz mitocondrial, onde existem proteínas, ribossomas e DNA mitocondrial, de forma circular, que contém 37 genes coodificadores de 13 proteínas, de 2 rRNAs e 22 tRNAs. Estes são necessários no processo de produção de ATP, ou seja, necesários para que a respiração celular ocorra. Esquema mostrando as mitocôndrias, um dos componentes de uma célula animal comum (organelas): (1) nucléolo (2) núcleo (3) ribossomos (pontos pequenos) (4) vesícula (5) retículo endoplasmático rugoso (6) complexo de golgi (7) Citoesqueleto (8) retículo endoplasmático liso (9) mitocôndria (10) vacúolo (11) citoplasma (12) lisossomo (13) centríolos dentro do centrossomaA presença de material genético na mitocôndria, ainda por cima circular (DNA típico das bactérias), fez emergir teorias sobre sua origem. Hoje em dia a maioria da comunidade científica acredita na teoria da endossimbiose. Esta afirma que a mitocôndria é descendente de uma bacteria. Há milhões de anos atrás, formaram-se as primeiras células que sobreviviam em poças lamas vulcânicas fervilhantes atestadas de exonfre que servia para estas células produzirem energia. Após a formação dos primeiros oceanos, apareceram as primeiras células fotossintéticas. Estas tinham a capacidade de usar a luz solar para fabricar energia, com libertação de oxigénio. Passados muitos anos, os índices de oxigénio na atmosfera começaram a aumentar e os de enxofre a diminuir. Nessa altura, os organismos não toleravam nada bem o oxigénio sendo tóxico para os mesmos, já que antes os índices de oxigénio eram residuais. Portanto, quem tinha melhor capacidade de sobrevivência eram os seres que aprenderam a viver com o oxigénio, ou porque aprenderam a usá-lo como fonte de energia, ou porque através de fagositose ganharam uma relação simbiótica com seres que já tinham essa capacidade, fornecendo em troca: protecção e nutrientes. Os seres célulares antepassados da mitocôndria evoluiram primeiro, em relação ao aumento de percentagem oxigénio no ar, que os seres unicelulares mais complexos, como por exemplo, os nossos antepassados, portanto este fagocitaram os outros e ambos ganharam uma relação simbiótica que foi evoluíndo, e sendo cada vez mais próxima, tornando-se cada vez mais tolerantes um com o outro. Agora não há razão para dizer que a mitocôndria é um ser vivo independente, mas sim parte de um, pois a relação simbiótica levou-a a descartar-se do DNA que a possibilitava de viver por si só, tornando-se num organelo de alto rendimento, dado só ter ficado como o DNA que coodifica oligonucleótidos: house-keeping e que participam no processo de produção de ATP. A prova evidente de que a mitôndria é descendente de bactérias é: o seu próprio DNA ser muito parecido com o das bactérias de hoje em dia: é circular e não tem intrões; a mitocôndria não ter nucleo organizado; a mitocôndria ter uma dupla camada lipídica, resultante da eventual fagocitose. A sua função é vital para a célula, sem a qual há morte celular. O DNA mitocôdrial não se tem modificado muito desde do seu princípio, para além do descartar de DNA inutilizado, apesar do seu elevado índice de mutações (10 vezes maior que o DNA nuclear). O que acontece é que este DNA está apenas sujeito a modificações por mutação, dado não haver maneira do mesmo sofrer recombinação como acontece quando o DNA do espermatozóide entra no núcleo do óvulo, dando-se a recombinação quando metade do DNA de cada parente se junta, formando o ovo, ou zigoto. Ora, como o que entra na célula sexual feminina vindo do pai* é apenas, e só, o seu DNA nuclear, as mitocôndrias masculinas ficam de fora, logo não se dá recombinação do seu DNA. O resultado é só recebermos o DNA mitocôndrial da mãe, levando a poucas modificações deste ao longo dos tempos. Os Antropologistas aproveitam estas propriedades para examinar, através do DNA mitocondrial, as relações de parentesco entre os grandes grupos de seres vivos. Esta situação mostra-nos o elevado poder da recombinação genética, dado o DNA nuclear estar-se sempre a atrasar em relação ao mitocôndrial que sofre mutações 10 vezes mais, ganha um enorme impulso de modificação na recombinação com outros DNAs. A mitocôndria forma uma extensa rede, denominada rede mitocondrial. Essa rede é constituída por subunidades mitoncondriais que podem se fundir ou se dividir de acordo com as necessidades fisiológicas. O organelo tem sido associado, nos últimos anos, ao processo de morte celular denominado apoptose. Diversas proteínas mitocondriais encontram-se directamente ligadas à apoptose, como as proteínas BCL-2, AIF e o Citocromo C, por exemplo. A mitocôndria é responsável por muitos processos catabólicos fundamentais para a obtenção de energia para a célula, como a β-oxidaçao de ácidos graxos, o Ciclo de Krebs e a Cadeia respiratória.

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